FOTO: Facebook Oficial do São Bernardo FC
Em quase nove anos de história, o primeiro mata-mata decidido nas cobranças de pênaltis. E que hora, emoção e, no fim, alegria para o torcedor do São Bernardo presente no estádio Primeiro de Maio na inesquecível noite deste sábado (23/11). Foi justamente dessa maneira tão injusta na opinião de tantos amantes do futebol e ao mesmo tempo tão prazerosa que o time do ABCD conquistou o título da Copa Paulista após empate por 0 a 0 com o Audax no tempo normal. A vitória nas penalidades por 4 a 3 valeu o retorno à Copa do Brasil de 2014 e uma grande queima de fogos na cidade.
É um presente adiantado para o clube, que em em menos de um mês completará mais um ano de vida feliz por ter comemorado o segundo título – o primeiro foi a Série A-2 do Campeonato Paulista em 2012. A Copinha, tratada com desdém no início, passa a valer muito na reta decisiva, quando um lugar no campeonato nacional (dado ao campeão) se aproxima.
Depois de apresentar um futebol modesto nas primeiras partidas, quando o ataque não se encaixava, o trabalho do técnico Edson Boaro fluiu de uma maneira que ficou difícil evitar o favoritismo. Mas, ao fim, a jornada no segunda semestre deu à diretoria e à comissão técnica um rascunho do time para o Paulistão, bem diferente do que aconteceu em temporadas passadas - quando era apresentada uma penca de reforços bem em cima do Estadual, sem tempo hábil de treinamento. Mais: um calendário que vai além do período de disputa da A-1 por causa da vaga na Copa do Brasil.
O JOGO
O São Bernardo não esperou o título cair nas mãos e agrediu o Audax desde o primeiro minuto, que se recusa a dar chutões em direção ao campo de ataque – seguindo um modelo de jogo raro no País, no qual até o goleiro participa do jogo. Os mandantes formaram uma linha de quatro jogadores (com Judson, Felipe Matheus, Gil e Careca) à frente para atacar a saída de bola. Pareciam incansáveis. Fizeram isso por mais de meio tempo, mas a postura não resultou em chances de gols porque o adversário simplesmente não errou.
O temporal que caiu no gramado do Primeiro de Maio atrapalhou a troca de passes, facilitando o trabalho das defesas. A primeira oportunidade surgiu em um contra-ataque, e a favor do Audax. Aos 23 minutos, Caio apareceu em boa condição para abrir a contagem, mas pegou mal na bola.
Logo na sequência o atacante Careca, aplicado na marcação, deu lugar à cria da base Walterson. O menino até que colocou fogo no jogo deslocado pelo lado esquerdo, tanto que no primeiro lance deixou Wilian Favoni livre para chutar ao gol. De canhota, ele bateu e a redonda foi desviada para escanteio por Felipe Alves. E terminou assim o primeiro tempo, com um São Bernardo superior e um Audax sem desespero.
A segunda etapa registrou, de cara, o “uhhh” mais alto até então no estádio. No primeiro minuto a zaga do Audax perdeu a posse da bola, Gil aproveitou e concluiu rasteiro, obrigando Felipe a fazer praticamente um milagre. Mas aí o nervosismo, fator recorrente em finais, deu as caras. O São Bernardo desandou a errar muitos passes, dando oportunidade para que o Audax saísse em velocidade.
O silêncio tomou conta do público, que mal imaginava o próximo capítulo da emoção. Aos 33 minutos, Gil roubou a bola e encontrou Jean – substituto de Judson – na entrada da área. O meia chutou em direção ao corpo de Francis. O árbitro não hesitou e deu pênalti, alegando um toque de mão do volante do Audax. Gil, principal jogador do Tigre, assumiu a responsabilidade, caminhou devagar até a bola e chutou por cima do gol, injetando mais adrenalina ao duelo.
O São Bernardo não desanimou e ainda deu mais trabalho a Felipe. Em dois lances praticou excelentes defesas, em conclusões de Jean e Gil, essa última após contra-ataque emocionante aos 42 minutos do segundo tempo.
PÊNALTIS
O fantasma do goleiro Felipe não apareceu nos pênaltis. A partir daí que todos se lembraram de Daniel, que virou o camisa 1 depois que Wilson Júnior foi emprestado ao ABC-RN. Ele catou a primeira cobrança de Helton Luiz, enquanto Lombardi, Raul, Castan e Jean fizeram sua parte. O grito de campeão foi solto depois que Velicka carimbou a trave. Daí em diante vieram os fogos e a festa quase interminável no Primeiro de Maio, com direito à passeata pela cidade em cima de um trio elétrico.
FÉRIAS
O São Bernardo voltará aos trabalhos no dia 5 de dezembro, aí visando de vez a Série A-1 do Campeonato Paulista e possivelmente já com os novos reforços.
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